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Muitos pais vêm ao meu escritório para dizer que a criança fala tudo com o T, visto que certos fonemas predominam em seu repertório fonológico: freqüentemente T e P por serem fonemas primitivos em ordem de aquisição. Dependendo do grau de ininteligibilidade, essas crianças tendem a se frustrar facilmente e, ocasionalmente, essa dificuldade linguística pode impactar seu comportamento, mostrando raiva ou acessos de raiva por não serem compreendidas pelo ambiente. Vou te dizer como você pode ajudá-los!
Durante o desenvolvimento da linguagem, as crianças usam uma série de estratégias para simplificar a fala enquanto estão se apropriando do sistema fonológico: cadeia de sons que compõe as palavras. Essas estratégias são chamadas de processos fonológicos de simplificação e são observadas dos 18 meses até por volta dos 4 anos de idade, onde desaparecem gradativamente.
O que acontece quando esses processos fonológicos simplificadores não são resolvidos ou continuam após os 4 anos da criança? Quando os processos fonológicos persistem ao longo do tempo (após 4 anos), falamos de um desvio fonológico.
Essas crianças apresentam boa compreensão e intenção comunicativa, mas observa-se um repertório fonológico reduzido: omitem, substituem ou assimilam fonemas, sendo sua expressão oral ininteligível. Exemplo:
- Substituições: S por T (caT por caSa), (Tapo por Sapo).
- Omissões de fonemas ou sílabas: baco para barco ou maposa para borboleta.
- Assimilações papato por sapato amanhã por banana.
Os distúrbios fonológicos envolvem mudanças na transmissão do significado e causam uma falha na comunicação. A origem dos desvios fonológicos é central, de natureza linguística. Dificuldades ocorrem na percepção, organização e discriminação auditiva, afetando os mecanismos de conceituação de sons e a relação entre significante e significado.
Os distúrbios fonéticos ou dislalias são causados por uma dificuldade de articulação. São produzidos por uma alteração orgânica ou funcional nos órgãos envolvidos na produção da fala: língua, lábios, etc. Ex: R para D- L ou S com interposição lingual (óssea).
É fundamental direcionar o tratamento para diferenciar esses desvios, pois no desvio fonológico os objetivos serão focados na discriminação auditiva, diferenciação de contrastes fonológicos ex: C - T, FP (estes são obtidos a partir da análise dos processos fonológicos utilizados pela criança ) e consciência fonológica.
A ênfase será colocada na aquisição de novos contrastes fonológicos e não apenas na produção de sons, como seria o caso das dislalias. A criança deve passar por um processo de discriminação e reconhecimento de contrastes fonológicos para superar os processos fonológicos existentes.
Na abordagem, os processos fonológicos para o trabalho são selecionados por meio de atividades funcionais sempre priorizando a troca comunicativa.
Os pais devem estar muito atentos ao desenvolvimento da criança e consultar um profissional nos seguintes casos:
- Crianças que aos 4 anos apresentam uma linguagem ininteligível, 50% de suas produções são compreendidas.
- Eles só o entendem em casa ou pessoas próximas à criança.
- Eles ficam frustrados ou se recusam a falar, interferindo em seu comportamento.
- Se na idade citada acima usam poucos fonemas ou alguns predominam na expressão oral. Ex: usam muito T, C, P ou algum outro fonema.
Em primeiro lugar, é fundamental para garantir a sua audição, uma perda auditiva leve devido à presença de otite seromucosa ou disfunção tubária pode alterar a discriminação de alguns fonemas e afetar o desenvolvimento fonológico. Depois de eliminar essa opção, vou detalhar algumas dicas:
- Ofereça um modelo de fala descontraída, usando frases curtas, com pronúncia clara e precisa.
- Posicione-se cara a cara, favorecendo o contato visual para que a criança possa obter informações tanto visuais quanto auditivas.
- Forneça o modelo fonológico correto imediatamente. Exemplo: A criança diz: 'O Busano é amadillo', o adulto responde com o modelo correto: 'Adoro aquele verme amarelo'.
Importante!!!! Use, mas não abuse desta estratégia, certamente haverá outras instâncias de brincadeira e interação em que a criança pode acidentalmente ouvir essas palavras novamente.
Quanto aos jogos para desenvolver a atenção e a discriminação auditiva, aqui estão algumas sugestões divertidas para fazer em casa.
- Bingo de som: Podem ser sons do dia-a-dia da rua (buzinas, motocicletas, carros, trem), da casa (torneiras de água, chaleira fervendo, campainha), da natureza, dos animais etc.
- Jogos associados aos movimentos corporais: execute uma determinada ação de acordo com a sílaba que eles ouvem: toda vez que ouço TA eu cerro meus punhos, toda vez que ouço PA eu abro e fecho minha mão.
- A dança das cadeiras: as crianças rodeiam as cadeiras dispostas em círculo enquanto a música toca e, quando a música parar, devem encontrar uma cadeira e sentar-se.
- Músicas e histórias onde você tem que discriminar e reproduzir sons.
E para consciência fonológica, observe estas idéias:
- Ouça, reconheça e invente rimas. Você pode usar histórias, versos, poemas, canções, inventar rimas com nomes de amigos ou familiares.
- Diga palavras longas e curtase combine-os com uma imagem visual ou objeto. Ex: borboleta é loooonga, então eu coloco em cima do ônibus (longo), Sol é curto então eu coloco em cima do carro (curto).
- Salto de coelhos: pular como coelhos pelo número de sílabas que a palavra tem. Ex: PE RRO, a criança deve dar 2 saltos, MA RI PO SA deve fazer 4 saltos.
- Aproveite cada momento da vida diária: comida, banho, ir dormir, viajar de carro, brincar com os sons, através das onomatopeias, rimas, versos, canções e tudo o que vem à mente.
- Gerar interesse e motivação para os sons da linguagem permitirá que a criança se aproprie do sistema fonológico. O melhor aliado SEMPRE será o jogo e a interação.
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